Campanha incentiva a doação de órgãos como forma de salvar vidas. Hospital é uma das unidades públicas estaduais que realiza captações
O Hospital Estadual de Santa Helena de Goiás (Herso) celebrou nesta terça-feira, 27 de setembro, o Dia Nacional da Doação De Órgãos. Durante todo o mês, o hospital abraçou a campanha Setembro Verde, que busca incentivar esse ato de solidariedade ao próximo.
O evento teve início com uma celebração religiosa em memória daqueles que doaram órgãos e proporcionaram esperança e recomeço às pessoas que aguardavam transplantes na fila de espera. Familiares também foram homenageados por, mesmo em meio a um momento de perda, possibilitarem esse gesto de amor.
A colaboradora do Herso, Izabella Reis, contou sua experiência de quem esteve do outro lado e viveu a angústia de ter um familiar aguardando um transplante. A irmã dela foi diagnosticada com uma cardiopatia, decorrente da Doença de Chagas, aos 21 anos. Depois de 16 anos de tratamento, os médicos afirmaram que um novo coração era a única chance de sobrevivência da mulher.
“Hoje a minha irmã se recupera e está a poucos dias de ter alta e, com 45 dias de transplantada, ela consegue pentear o cabelo, tomar banho e subir escadas, coisas que antes ela não conseguia”, destacou.
A irmã de Izabella recebeu o órgão de um homem de 30 anos, do Rio de Janeiro, vítima de um acidente automobilístico. “A família dele disse sim e a nossa renasceu. Foi um momento de muita alegria e emoção”, ressaltou.
Unidade de captação
O Herso é uma das instituições públicas estaduais que realiza a captação de órgãos após constatação de morte encefálica a partir de um rigoroso protocolo, com realização de exames clínicos e laboratoriais, e, também, do consentimento dos familiares do paciente.
Em 2021, foi o hospital que mais converteu abordagens familiares em procedimentos para doações. O diretor-geral do Herso, Ubyratan Coelho, explica que esse é um processo que envolve toda a equipe assistencial, não somente a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT).
“A participação de todos é muito importante. É uma relação que deve ser humanizada e que se desenvolve ao longo da internação, desde a chegada do paciente. A família precisa ser acolhida nesse momento difícil”, observa.
No último sábado (24), após autorização das famílias, dois pacientes do sexo masculino que estavam internados no Herso, de 49 e 58 anos, doaram rins e córneas para pessoas que aguardavam na fila em Goiás. Os órgãos foram transportados com apoio da Fundação Banco de Olhos.